1 - O nascimento
Único fruto do Nazismo que deu certo, o Fusca nasceu em 22 de junho de 1934, quando Adolf Hitler assinou o contrato de fabricação do modelo com Ferdinand Porsche. As exigências eram: chegar aos 100 km/h, ter consumo de até 10 km/l e custar menos que 1.000 marcos alemães na época. Os protótipos de Porsche eram bem diferentes; a cara do Fusca foi dada pelo próprio ditador alemão. A primeira motorização já era quatro cilindros do tipo boxer refrigerado a ar, mas com 1.100 cm3 e 25 cv de potência. Além da aparência de "besouro", o Fusca tinha a característica janela traseira dividida, conhecida no exterior como "split window".
2 - As primeiras alterações
Devido à Segunda Guerra Mundial, o Fusca passou ser fabricado em larga escala apenas após 1945. Reza a lenda que Henry Ford visitou os restos da fábrica de Wolfsburg para ficar com o espólio do conflito, só que o executivo não acreditou no potencial do modelo. Ele estava errado, no entanto: o Fusca ganhou o mundo e se manteve em constante melhoria. Os modelos 1960, por exemplo, receberam janelas maiores para melhorar a visibilidade. Por fora, o carisma se manteve. O modelo 1949 das fotos, conversível, mostra a versatilidade da carroceria
3 Carro do povo, mesmo que militar
A Segunda Guerra Mundial, que começou em 1939, interrompeu a produção do modelo. Durante o conflito, no entanto, muitos carros militares foram produzidos com a plataforma mecânica do Fusca. Até mesmo versões modificadas do modelo foram utilizadas.
4-Sempre melhor
Em 1971, o Fusca precisou mudar de novo para se manter atual. Saíram as suspensões por eixo de torção da versão original para entrar um conjunto do tipo McPherson no eixo dianteiro. O capô foi alongado para acomodar mais bagagens e as janelas ficaram maiores novamente. O modelo original continuou disponível enquanto o Fusca melhorado era vendido como "1302" ou "1303", mas ficou conhecido mesmo lá fora como "Super Beetle" ou Super Fusca. Uma pena que ele nunca tenha sido produzido no Brasil.
5 - Fim da produção na Alemanha
Com a introdução do Volkswagen Golf na Europa, em 1974, todos acharam que a morte do Fusca estava certa. Só que o carro parou de ser fabricado na Alemanha apenas em 1978. Mesmo assim, sua produção continuou no Brasil, onde foi oferecedio até 1986 e, novamente, entre 1993 e 1995, e no México, até 2003, quando recebeu o nome de "Última Edición". O último Fusca já contava com injeção eletrônica e catalisador, mas sua linha característica se manteve até o final da vida.
Inicialmente, era oferecido com um motor de 1.200 cm3 e, posteriormente, foram oferecidas as variantes 1.300 e 1.500. A última possuía um motor mais forte e bitola traseira mais larga para aprimorar a estabilidade. O acabamento também era um pouco melhor. Em meados da década de 1970, era oferecido o "Besourão", ou "capa preta", como era conhecida a versão 1.600 S do Fusca, a mais potente. Só que as atualizazões do "Super Beetle" ficaram de fora e as janelas do modelo 1960 foram mantidas.
8 - Jeitinho brasileiro
No Brasil, o Fusca recebeu diversas modificações bem brasileiras por parte de seus donos. As grandes rodas de aro 15 eram substituídas pelas de aro 14 do modelo Brasília para deixar o carro rebaixado. Do Brasília também vinha o carburador de corpo duplo para melhorar o desempenho. Pergunte para o seu pai, ele vai lembrar da época em que um bom Fusca tunado precisava ser equipado com o câmbio do SP2, mais longo.
9 - O fim, o recomeço e... adeus
Em 1993, o recém-empossado Presidente da República, Itamar Franco, estava fomentando a ideia do carro popular. E qual o carro escolhido? O Fusca, claro. O retorno do modelo era marcado pelo motor 1.6, freios a disco na frente, novos bancos com encostos de cabeça e um acabamento em plástico no painel. Na lista de opcionais, pasmem, havia até o luxuoso espelho para passageiro. Na época, o Fusca enfrentou uma concorrência feroz do Fiat Uno Mille e do "irmão" Gol 1.000. Com uma linha de produção que não era tão eficaz como a de seus rivais modernos, o Fusca aguentou apenas até 1996, quando foi lançada a Série Ouro, equipada com requintes tais quais os vidros verdes e emblemas especiais da versão.
10 - Renascimento estrangeiro
Em 1998, a Volkswagen relançou o nome Beetle com o New Beetle. Ele foi o precursor da onda "retrô", representada também pelo Chrysler PT Cruiser e o MINI na época. Para 2012, a Volkswagen tirou o New do nome e reformulou a carroceria, segundo a marca, para deixá-lo mais parecido com o primeiro Fusca. Se deu certo, só o tempo poderá dizer, mas o carro hoje conta com motores a gasolina e a diesel, além de uma versão turbinada com câmbio automático de dupla embreagem para quem quer visual e desempenho num mesmo pacote.